Vontade que dá é de sair na porrada. Porém se neguinho sai por aí fazendo isso perde a razão. Então como resolver a parada? Com arte. A música, a literatura, a pintura , o cinema estão aí para resolver este problema. Não citei, mas a fotografia também se presta a este fim. Convenhamos, quanta força tem uma imagem. Principalmente hoje em um mundo imagético e iconegraficamente viciado no qual vivemos. Para quem acha que imagens valem mais que mil porradas, ou palavras, e também acredita que letrinhas podem mentir, que vídeos podem ser editados, e sendo assim só a Santa Fotografia pode salvar-nos das mentiras galopantes. Dê uma olhada, e uma lida também, neste artigo da revista Bravo! e entenda melhor o trabalho do artista Xu Zhen autor da façanha acima.
"Em companhia de quatro ou cinco comparsas, o chinês Xu Zhen viaja pelo mundo agredindo líderes políticos e grandes empresários. Já bateu no arauto da extrema-direita francesa, Jean-Marie Le Pen; no ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan; e no ditador da Coréia do Norte, Kim Jong-il. Não satisfeito, ainda pretende dar surras humilhantes
em Bill Gates, Vladimir Putin, Tony Blair e George W. Bush.
O espancador, na verdade, é um jovem artista de 30 anos, cada vez mais cultuado no circuito de mostras internacionais. Em Okmyclub, utiliza-se de refinadas montagens fotográficas para criar a ilusão de que ele e seu grupo atacaram os figurões. No site da galeria de Xangai que o representa (a ShanghART), Zhen costuma pedir donativos à "nobre causa", enfatizando a necessidade de bancar os custos do projeto com viagens, hospedagens e a própria pancadaria. Uma risonha, mas contundente, ficção sobre os fatos, em que o protesto político se alia a outro tema sempre levantado por suas obras: a força das aparências na sociedade contemporânea.
Recentemente, o chinês se tornou um dos destaques de Ice Cream, luxuoso e informativo volume lançado pela editora inglesa Phaidon, que pretende ser uma espécie de bienal portátil. No livro, dez críticos escolhem, cada um, dez criadores emergentes que julgam representativos do que de melhor se produz, hoje, nas artes visuais. Entre os críticos, está Lisette Lagnado, curadora da 27ª Bienal Internacional de São Paulo. No time de criadores, figuram os brasileiros Angela Detanico e Rafael Lain, Cao Guimarães, Jarbas Lopes, Marepe e Sara Ramo.
Pouco depois de iniciar a série de espancamentos, Zhen montou na ShanghART a instalação 8848—1.86. O primeiro número se refere à altura em metros (estabelecida pela China) do monte Everest, e o segundo, à altura do artista, também em metros. O trabalho se compõe de um pedaço de gelo medindo exatamente 1m86 e de fotos que mostram Zhen escalando a mais alta montanha do planeta. Ele teria mesmo enfrentado o Everest? E, se o fez, teria arrancado um pedaço do monte? Ou tudo não passa de um novo truque? Perguntas intrigantes que, com certeza, Xu Zhen jamais responderá." Bravo! Agosto 2007 .
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