Sempre faço questão de ressaltar que não escrevo resenhas críticas sobre shows w discos. Não escuto discos ou vou a shows por compromisso profissional, ou outro tipo de imposição. Frequento espetáculos que me agucem a curiosidade, ou de artistas dos quais sou apreciador do trabalho. Além do que, não acredito em "imparcialidade jornalística", ou outra falácia do tipo. Um certo distanciamento emocional é preciso em algumas, algumas, situações e só. Quem acompanha o Corja.Net, que teve como idéia original um podcast dedicado à produção musical da década de 90, que mesmo com a expansão da linha editorial e de conteúdo (acabou tornando-se um site/blog e um evento mensal na noite porto-alegrense), mas mesmo assim mantinha em seu editorial um manifesto que enaltecia o "crossover" de estilos musicais característico dos anos 90, deve imaginar o que assistir a um show do Faith No More representa. Mesmo um Faith No More retomando atividades depois de muito tempo parado.
Aqui no Corja.Net e aos quatro ventos já proferi várias vezes: Mike Patton é o cara! No show da banda em Porto Alegre só serviu pra reforçar esta idéia. O vocalista do FNM foi a figura mais representativa dos anos 90. Grande presença de palco, carisma e um excelente vocalista. Artista com postura e ousadia criativa suficientes para conquistar um público adepto do som mais pesado e incluir no repertório canções como "Easy" do The Commodores. Claro que este é um feito coletivo da banda, mas se você escutar os projetos paralelos de Patton como o Mr Bungle, Fantomas ou Tomahawk vai conseguir identificar a "mão" do cara nas composições do FNM.
O show da volta do FNM aos palcos, aqui em Porto Alegre, foi uma apresentação para fãs. Fãs não tem do que reclamar,talvez a falta de uma ou outra música. Eu como fã gostei bastante do show. Se a turnê é "caça-níquel", se o FNM é pop pra mim no momento tanto faz, como tanto fez. Bom seria se mais bandas com ousadia estética e qualidade musical como o Faith No More fossem mais populares, que tocassem trocentas vezes nas rádios, seria um favor à humanidades e seu ouvidos.
Para quem, assim como eu, é um "noventista" assistir um show do Living Colour e do Faith No More em menos de um mês é um sinal que mais pessoas pensam como nós. Indicio´que passado o enaltecimento da mediocridade criativa do pop massificado dos anos 80 existe coisa boa vindo por aí. Fico na esperança que oque venha não seja o lixo reaproveitado dos anos 90.
imagens: Domício Grillo
2 comentários:
Muito0 bom!
Obrigado, Domício!
Pelas imagens pudemos ver que tu chegou cedo mesmo!
grande abraço
Nem tão cedo, na realidade estava no espaço com acesso restrito à imprensa. O que facilita e dificulta, exemplo: a produção do evento liberou para gravação apenas os 30 segundos inicias das 3 primeiras músicas, e realmente impediu que os cinegrafistas no espaço continuassem a filmar além disso, mas isso é normal em shows internacionais ou de grande porte.
Por outro lado: consegui gravar mais uma música na íntegra no meio da galera, mas é aquela coisa (enquadramento tosco, tremendo e com cabeças e braços na frente).
Como a galera está muito afoita por imagens do show do FNM vou postar esse som também. Aguardem!
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