quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Faith No More Em Porto Alegre

Sempre faço questão de ressaltar que não escrevo resenhas críticas sobre shows w discos. Não escuto discos ou vou a shows por compromisso profissional, ou outro tipo de imposição. Frequento espetáculos que me agucem a curiosidade, ou de artistas dos quais sou apreciador do trabalho. Além do que, não acredito em "imparcialidade jornalística", ou outra falácia do tipo. Um certo distanciamento emocional é preciso em algumas, algumas, situações e só. Quem acompanha o Corja.Net, que teve como idéia original um podcast dedicado à produção musical da década de 90, que mesmo com a expansão da linha editorial e de conteúdo (acabou tornando-se um site/blog e um evento mensal na noite porto-alegrense), mas mesmo assim mantinha em seu editorial um manifesto que enaltecia o "crossover" de estilos musicais característico dos anos 90, deve imaginar o que assistir a um show do Faith No More representa. Mesmo um Faith No More retomando atividades depois de muito tempo parado.
Aqui no Corja.Net e aos quatro ventos já proferi várias vezes: Mike Patton é o cara! No show da banda em Porto Alegre só serviu pra reforçar esta idéia. O vocalista do FNM foi a figura mais representativa dos anos 90. Grande presença de palco, carisma e um excelente vocalista. Artista com postura e ousadia criativa suficientes para conquistar um público adepto do som mais pesado e incluir no repertório canções como "Easy" do The Commodores. Claro que este é um feito coletivo da banda, mas se você escutar os projetos paralelos de Patton como o Mr Bungle, Fantomas ou Tomahawk vai conseguir identificar a "mão" do cara nas composições do FNM.
O show da volta do FNM aos palcos, aqui em Porto Alegre, foi uma apresentação para fãs. Fãs não tem do que reclamar,talvez a falta de uma ou outra música. Eu como fã gostei bastante do show. Se a turnê é "caça-níquel", se o FNM é pop pra mim no momento tanto faz, como tanto fez. Bom seria se mais bandas com ousadia estética e qualidade musical como o Faith No More fossem mais populares, que tocassem trocentas vezes nas rádios, seria um favor à humanidades e seu ouvidos.
Para quem, assim como eu, é um "noventista" assistir um show do Living Colour e do Faith No More em menos de um mês é um sinal que mais pessoas pensam como nós. Indicio´que passado o enaltecimento da mediocridade criativa do pop massificado dos anos 80 existe coisa boa vindo por aí. Fico na esperança que oque venha não seja o lixo reaproveitado dos anos 90.


imagens: Domício Grillo

2 comentários:

Rocinante disse...

Muito0 bom!
Obrigado, Domício!
Pelas imagens pudemos ver que tu chegou cedo mesmo!
grande abraço

Pressão Sonora disse...

Nem tão cedo, na realidade estava no espaço com acesso restrito à imprensa. O que facilita e dificulta, exemplo: a produção do evento liberou para gravação apenas os 30 segundos inicias das 3 primeiras músicas, e realmente impediu que os cinegrafistas no espaço continuassem a filmar além disso, mas isso é normal em shows internacionais ou de grande porte.
Por outro lado: consegui gravar mais uma música na íntegra no meio da galera, mas é aquela coisa (enquadramento tosco, tremendo e com cabeças e braços na frente).
Como a galera está muito afoita por imagens do show do FNM vou postar esse som também. Aguardem!