quarta-feira, 19 de maio de 2010

23 de fevereiro de um ano qualquer

Poucos dias foram suficientes para O Estranho descobrir que A Jornalista era real e morava em Porto Alegre. Descobriu também que seus pais eram aposentados. Ela tinha sido alfabetizada pela avó alemã aos quatro anos de idade. Devido à alfabetização precoce, nas séries iniciais tinha como castigo ir à biblioteca do colégio ler sozinha. Aos 12 anos já lia clássicos. Na adolescência A Jornalista apaixonou-se por Gibran Khalil Gibran, Nietzsche, Oscar Wilde e Dostoievski. Passada a fase da descoberta do Estranho, Ele foi à busca de vestígios que o levassem a tal Jornalista. Antes de definir um plano de seqüência Ele adormeceu após beber duas garrafas de vodka.

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24 de fevereiro de um ano qualquer
O Estranho acordou com a cabeça pesando mil toneladas devido à ingestão do álcool. Passando por uma ressaca sem antecedentes, tentava entender como chegaria até o banheiro. Precisava de um banho. Pensou no calor que fazia em Porto Alegre, mas desistiu de levantar. O Estranho ficou apenas com os pensamentos e sua descoberta do dia anterior. Com tudo confuso e com muita dor de cabeça Ele tomou calmantes para adormecer novamente e sonhar. O Estranho queria sonhar com A Jornalista e de tanto querer começou a ter uma sequência de sonhos.

*** Do livro O Estranho e A Jornalista (Flora Dutra)

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